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20 de fevereiro de 2007
Gosto dos textos do Rubem Alves. Às vezes ele é meio piegas, mas isso não chega a me incomodar. O excerto a seguir (cuja íntegra só pode ser acessada por assinantes do UOL), encontrei hoje na seção Cotidiano, do site da Folha de São Paulo. Não há tema mais atual.
Meu "uai-cai"...
[...] A Terra está morrendo. Os cientistas já fazem cálculos acerca dos poucos anos que lhe restam. Convivo bem com a idéia da minha morte. Mas a idéia da morte da Terra é-me insuportável. Até já escrevi um "uai-cai".
"Uai-cai" é o jeito mineiro de fazer hai-kais. "Uai", para expressar o assombro ante a vida. E "cai" para exprimir a tristeza de ver cair o que estava lá no alto. Meu "uai-cai" é assim: "O último sabiá canta seu canto... Que pena! Já não há ninguém para ouvi-lo..."
Relendo a "A Ciência Alegre" de Nietzsche reencontrei-me com o seu texto mais famoso, aquele em que ele diz que "Deus morreu". E de repente, à medida em que eu o degustava antropofagicamente, o texto foi se apossando de mim, como se fosse vinho. Fiquei meio bêbado. E, na minha embriaguez eu troquei umas palavras. O texto ficou assim: A cena: um louco grita numa praça. Dirige-se àqueles que ali estão.
Eles riem e zombam. "O que aconteceu com a nossa Terra?", ele gritou. "Pois vou lhes dizer. Nós a matamos -vocês e eu. Todos nós somos seus assassinos.
Mas como é que fizemos isso? Como é que fomos capazes de beber os rios e comer as florestas? Quem nos deu a esponja para apagar os horizontes do futuro? O que fizemos quando partimos a corrente que ligava a Terra à Vida? Para onde ela irá? Vagará pelo Nada infinito? Esse hálito que sentimos, não é o hálito da morte? E esse calor! Os gelos estão se derretendo.
Já se vê o cume negro do Kilimanjaro, outrora vestido com a brancura da neve. O mar subirá. O sol está mais quente e mortífero. Temos de nos proteger contra os seus raios. E esse barulho que ouvimos em todos os lugares, o ruído das fábricas, o barulho das bolsas de valores não será, porventura, o barulho dos coveiros que a enterram? O ar que respiramos é o ar da decomposição.
A Terra está morta. Nós a matamos.
Como poderemos nós, os assassinos da Terra, nos confortar a nós mesmos? A Terra, extensão dos nossos corpos, a mais sagrada, sangrou até a morte sob nossos punhais... Quem nos limpará desse sangue?" Relatou-se depois que, naquele mesmo dia, o louco entrou em várias bolsas de valores, bancos e indústrias e lá cantou o "Réquiem para a Terra Morta". Retirado de lá e compelido a se explicar, a cada vez ele disse a mesma coisa: "Que são esses templos do progresso se não os sepulcros da Terra?"
CLODOVIL sobre o AUMENTO DE SALÁRIO DOS PARLAMENTARES
Em entrevista para Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, a biba declarou o seguinte:
FOLHA - Qual a sua opinião sobre os parlamentares terem aumentado o próprio salário em 91%? CLODOVIL - (...) Não é um salário com que alguém viva muito bem. Não sei se fizeram bem ou mal, mas o aumento não me ajuda em nada.
Agora, me respondam: como é que a gente manda um sujeito desses ir tomar no cu? Não adianta, né? Ele vai é gostar.
Se você tem nervos sensíveis, problemas cardíacos, não aprova violência, enfim, se você é um completo frouxo, NÃO ASSISTA a esse vídeo! Duas universitárias sanguinárias, suicidas e seminuas se degladiam ferozmente, a fim de decidir quem vai passar bronzeador na outra. Onde esse mundo vai parar, meu Deus?
Fim do ano chegando, aulas acabando... Não falta muito para pipocarem convites de baile de formatura e você já está preocupado, porque não sabe dançar o bendito funk. Pois, não se aflija! Seus problemas acabaram! Chegou a revolucionária e totalmente excelente AULA DE FUNK DO TIOZÃO MAGALHÃESE!
Hah! Quase dois meses sem postar nada, hein? Então, tá. Recebi essa do Douglas.
Pelas estradas de terra do sertão, um ônibus semi-lotado pára num ponto e sobem um pai com seus 15 filhos e um senhor idoso com perna-de-pau. Os filhos sobem primeiro e ocupam logo os lugares vazios. O pai e o senhor da perna-de-pau, são obrigados a viajar em pé. Cada vez que o ônibus breca e acelera, o senhor da perna-de-pau perde o equilíbrio e “toc-toc”, vai pra frente e pra trás, “toc-toc” vai pra frente e pra trás. Num certo momento, incomodado com tanto “toc-toc”, o pai dos 15 filhos pergunta: - Desculpe perguntar, mas por que o senhor não cria o hábito de pôr uma borrachinha no pau pra acabar com esse problema? - Olha, se o senhor tivesse o mesmo hábito, nós dois estaríamos sentados.
...e o Rodrigo Amarante não me deixa mentir. Se eu fosse esse repórter, mudava de profissão. Para vendedor de bala no sinal, por exemplo. Afinal, quem incomoda é ele, e não a pobre da Anna Julia.
De vez em quando alguém tem que trabalhar, né? E estudar, também. Ou pelo menos fingir...
Eu, por exemplo, voltei ao sofrimento da monografia. Na busca por uma bibliografia bacana, achei essa maravilha na internet: http://www.estantevirtual.com.br
É o link para um site que reúne sebos de todo o Brasil. Encontrei "O Poder do Mito", do Joseph Campbell, indicado por meu professor orientador, em um dos vários sebos do Malleta (ou Maletta - nunca acerto isso) sem sair de casa. Bacana, né?